Expedição encontra a maior árvore já registrada no Amapá
A terceira expedição do Projeto Árvores Gigantes da Amazônia encontrou a maior árvore já registrada no estado do Amapá. Trata-se de um Angelim vermelho (Dinizia excelsa Duke) de 85,44 metros altura e com uma circunferência de 9,45 metros. A árvore encontrada é considerada a segunda maior da região Amazônica visitada in loco e encontra-se no município de Porto Grande, na região do rio Cupixi, a mais de 102 km da cidade de Macapá, capital do estado.
As medições do Angelim foram feitas pelo sistema Lidar (da sigla inglesa Light Detection And Ranging) e é uma tecnologia óptica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância e/ou outra informação a respeito de um determinado objeto distante. Durante esse projeto, foram mapeados pelo Lidar aeroembarcado aproximadamente 1.000 transcectos (faixas) de 375 km2.
Integrantes da expedição fazem a medição do Angelim Vermelho
A expedição partiu no último dia 24/9 da área urbana do município de Porto Grande com destino à reserva de desenvolvimento sustentável do Rio Iratapuru. Ao todo, foram percorridos 72,5 km até a reserva, sendo 70 km pelo rio Cupixi e 2,5 km por floresta. A ação durou 3 dias. “Após 3 dias de expedição, a equipe encontrou a maior árvore gigante do Amapá. Trata-se do Angelim Vermelho, o que consolida a espécie como a maior em altura da Amazônia”, explica o coordenador do projeto Árvores Gigantes e professor do Ifap, Diego Armando.
Confira o diário de bordo de partida da Expedição
Diego Armando explica ainda que as áreas onde são encontrados os angelins são florestas primárias, nunca antes visitadas pelo homem e com relevo bastante acidentado. “Esses angelins crescem entre os vales, o que impede que a ação do vento incida sobre eles e provavelmente favorece o seu crescimento em altura”, explica. O professor do Ifap também enfatiza que a descoberta tem grande impacto nas pesquisas e que agora o desafio é entender como ocorre esse crescimento e por que há predominância de árvores de grande porte na espécie Angelim vermelho.
Ouça a entrevista na integra de Diego Armando
Ifap/Laranjal do Jari · Entrevista Diego Armando Coordenador do projeto árvores gigantes
Veja o momento de chegada à árvore gigante no Amapá
O professor doutor da Universidade Estadual do Amapá (UEAP) Robson Borges explica que a expedição chegou à árvore no terceiro dia de viagem e destaca que a descoberta confirma pesquisas já realizadas por outros estudiosos da área. "Nossa expedição confirma as descobertas do professor Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri ( UFVJM), sobre a ocorrência dessas grandes árvores na Amazônia, e fomos premiados, após um intenso e cansativo trabalho de campo, com essa que é a segunda maior árvore da Amazônia até o momento", explica. Robson destaca ainda que os dados gerados pelo sistema Lidar nas pesquisas de Eric Gorgens já demonstravam a projeção de árvores de grande porte na Amazônia e no Amapá. "Durante o processamento desses dados gerados pelo Lidar, o professor Eric Gorgens identificou a projeção de árvores de grande porte na Amazônia, principalmente aquelas com altura superior a 60 metros, e no Amapá foram encontradas pelo Lidar cinco árvores com altura superior a 80 metros", relata.
A expedição, que foi financiado pelo fundo Iratapuru e Universidade do Estado do Amapá (UEAP), sob a coordenação do Ifap, Campus Laranjal do Jari, contou com a participação do sargento João Ramos de Matos, da Assessoria Técnica da Promotoria do Meio Ambiente de Macapá; Maurício Alves Sardinha, doutorando em Rede de Biodiversidade e representante da Embrapa-AP; Aldemir Pereira, morador da comunidade do Iratapuru; e Adilson Costa, Joelson Silva e Eliel Freitas, representantes da comunidade Cupixi.
Equipe Expedicionária
Confira o diário de bordo completo da Equipe Expedicionária
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Por Tiago Ferreira, jornalista do Campus Laranjal do Jari
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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