Um Angelim vermelho é a maior árvore da Amazônia
Maior árvore da Amazônia: Angelim Vermelho/Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
A quinta expedição do Projeto Árvores Gigantes encontrou a maior árvore da Amazônia. Trata-se de um angelim vermelho (Dinizia excelsa) de 88,5 metros de altura e 9,9 metros de circunferência. A árvore está localizada na Floresta Estadual (Flota), entre os estados do Pará e Amapá.
A chegada à árvore é o resultado de incursões organizadas e lideradas pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap) ao longo de quatro anos, que resultou em cinco expedições. Para chegar à maior árvore da Amazônia, o grupo de pesquisadores usou dados encaminhados pelo professor Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que, ao processar informações do sistema Lidar, identificou a projeção de árvores de grande porte na Amazônia. Entre elas, são apontadas cinco árvores com alturas superiores a 80 metros no Amapá
Veja o momento de chegada a árvore!
Mesmo não sendo possível, nas expedições anteriores, alcançar a maior árvore da Amazônia, as jornadas exploratórias resultaram nas descobertas de um novo santuário de árvores de grande porte, que está localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, e da maior castanheira (Berthollhetia excelsa) já registrada na Amazônia, com 66,66 metros de altura, também localizada na RDS do Rio Iratapuru. Na oportunidade, também foi encontrado um Angelim vermelho (Dinizia excelsa Duke) de 85,44 metros de altura e com uma circunferência de 9,45 metros, no município de Porto Grande, na região do rio Cupixi.
Agora, com a quinta expedição, a equipe de estudiosos conseguiu alcançar o seu objetivo e chegou à maior árvore da Amazônia.
Os métodos de medição
As medições do Angelim foram feitas por meio do sistema Lidar e trena. A altura foi medida pelo Lidar, enquanto na circunferência foi utilizada a trena. Os dados obtidos atestaram tratar-se da maior árvore da Amazônia.
Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
O Lidar (Light Detection and Ranging): é um sensor remoto ativo a bordo de plataformas (tripuladas ou não tripuladas) e um método direto de captura de dados. É um "radar laser" que faz sensoriamento remoto. O método permite gerar produtos como o Modelo Digital de Terreno e o Modelo Digital de Superfície, que representam o terreno (sem nenhuma cobertura) e a superfície (edifícios, árvores etc.), respectivamente.
Pesquisadores fazem medição da árvore com a trena/Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
Trena: A trena é um instrumento para medição linear e em curvas. É constituída por uma fita de aço flexível, em cuja superfície está gravada a graduação no sistema métrico decimal e em polegadas.
A expedição
Equipe expedicionária/Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
A incursão expedicionária partiu do município de Laranjal do Jari (AP), no último dia 11 de setembro, e durou 11 dias, compreendendo o período de 11 a 22/9 deste ano. O grupo percorreu as corredeiras do Rio Jari, sendo aproximadamente 500 km por água e 40 km por mata. A equipe teve o apoio de moradores locais.
Expedição pelo Rio Jari/Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
A expedição contou com participação das seguintes instituições: Instituto Federal do Amapá (Ifap), representando pelo prof. Dr. Diego Armando Silva da Silva, coordenador local do projeto; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), representada pelo pesquisador Dr. Eric Bastos Gorgens, Coordenador; Universidade de Swansea (Reino Unido), representada pela pesquisadora Jacquelline Rosette; Universidade Estadual do Amapá (Ueap), representada pelo pesquisador Dr. Robson Borges de Lima; Promotoria do Meio Ambiente de Macapá (MPAP), representada pelo Engenheiro Florestal Me. João Ramos de Matos Filho; Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor), representado pelo gerente da Floresta Estadual do Paru, Ronaldison Antônio de Oliveira Farias; Fundação Jari, representada pelo técnico José Jussian; Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (RURAP), representado pelo técnico Márcio Furtado, além do médico voluntário, com experiência na selva, Aécio Freitas; os fotógrafos Pablo Albarenga e Havita Rigamonti; e oito comunitários da comunidade São Francisco do Iratapuru.
Acampamento da expedição/Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
A expedição foi financiada com recursos da Fundação Jari, da Universidade de Swansea, da Norte Solar, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), do Instituto Federal do Amapá (Ifap) e da Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
Confira aqui o álbum da expedição!
O Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
Imagem do angelim vermelho com 88 metros de altura, na Floresta Estadual Paru (PA)/ Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia
O Projeto Árvores Gigantes da Amazônia é coordenado pelos professores Diego Armando, professor do Instituto Federal do Amapá, Campus Laranjal do Jari, e Eric Bastos Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A pesquisa sobre árvores gigantes começou em 2019, a partir dos estudos do professor Eric Bastos em parceria com o grupo de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que identificou árvores com altura muito acima do normal na região sul do estado do Amapá.
Imagem da castanheira (Berthollhetia excelsa) . Foto: Acervo Ifap
O projeto envolve diversas instituições brasileiras e parceiros que atuam juntos no mapeamento das espécies. O trabalho tem como objetivo potencializar a capacidade turística das unidades de conservação e das regiões de incidência dessas árvores no Amapá. Além do monitoramento, os pesquisadores querem entender os principais processos ecológicos que incidem nas características únicas das árvores gigantes.
Saiba mais sobre o projeto aqui!
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Por Tiago Ferreira, jornalista do Campus Laranjal do Jari
Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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